Motorista admite que sequestro com falsa bomba no Rodoanel foi armação
A Polícia Civil de São Paulo concluiu que o sequestro do caminhoneiro que foi amarrado em um simulacro de bomba no Rodoanel era falso. O próprio motorista confessou a armação após ser confrontado durante interrogatório nesta quarta-feira (19/11).
De acordo com a investigação, o motorista jogou uma pedra contra o para-brisa, manobrou o veículo e se amarrou no simulacro de explosivo. O objetivo seria chamar atenção para a causa dos caminhoneiros.
Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, foi resgatado em surto após ser encontrado com o caminhão atravessado no Rodoanel Mário Covas, em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, na manhã do dia 12 de novembro.
Versões diferentes sobre falso sequestro no Rodoanel
- No interrogatório, os policiais questionaram informações conflitantes ditas pelo caminhoneiro nos primeiros depoimentos.
- Inicialmente, ele afirmou que foi abordado por seis suspeitos em dois carros. Três criminosos teriam entrado na cabine do caminhão com armas e amarrado o motorista na bomba falsa. O motorista contou que os criminosos desistiram da ação depois que ele reagiu.
- Em outro momento, após o resgate e atendimento no hospital, o caminhoneiro afirmou que foram os criminosos que ordenaram que ele ficasse com o veículo atravessado na pista enquanto fugiam.
O motorista afirmou que a crise de estresse e o desmaio durante o resgate foram reais e que se arrependeu da farsa, mas que era tarde demais para voltar atrás.
O inquérito prossegue para que as autoridades possam reunir mais documentos. Dener Laurito dos Santos foi indiciado nesta quarta-feira e responderá por falsa comunicação de crime.
O que diz a transportadora
Em comunicado, a Sitrex, transportadora responsável pelo caminhão, reforçou que “o caminhão voltava vazio para a matriz, em São Bernardo do Campo, após entrega da carga de um dos nossos clientes”.
“Cita-se que o motorista cumpriu adequadamente todos os procedimentos legais e de segurança, notadamente quanto aos horários de descanso e de viagem, e velocidade adequada, informações apuradas através de serviço de monitoramento eletrônico do veículo”, diz a nota.
A empresa destacou ainda que mantém “monitoramento integral via telemetria, rastreamento em tempo real e protocolos internos de segurança que seguem padrões internacionais de transporte rodoviário de cargas, inclusive em operações de caráter internacional”.
A reportagem procurou a empresa novamente após o depoimento desta quarta-feira, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.











