Senacon pede esclarecimentos sobre aumento de 30% no preço do leite
Com alta acumulada em quase 30% no preço do leite, oito indústrias de laticínios têm até a próxima semana para prestar esclarecimentos ao Ministério da Justiça. A Senacon, Secretaria Nacional do Consumidor, quer saber o porquê da alta dos preços e se os fabricantes utilizam soro de leite, que é o líquido que sobra da fabricação de queijos, para produzir bebidas lácteas.
Foram acionadas pela entidade de defesa do consumidor as empresas: Danone, Italac, Lactalis, Piracanjuba, Laticínios Porto Alegre, Nestlé, Quatá e Vigor.
As empresas foram notificadas pela Senacom, no início desta semana, e devem informar se os consumidores têm informações claras sobre a composição dos produtos, os valores nutricionais e o conteúdo dos rótulos. Isso porque é comum o cliente confundir, no ato da compra, o leite com a bebida láctea, que costuma ser mais barata e costuma ter a embalagem parecida, ou igual.
O Ministério da Justiça leva em conta a quantidade de reportagens, na imprensa, que abordam a falta de informação para os clientes que acabam levando a bebida láctea, por engano, achando ser leite, que tem maior valor nutricional.
O órgão ainda considera o último levantamento do IBGE, que aponta alta acumulada superior a 29% no preço do leite longa vida nos últimos doze meses e alta superior a 28%, desde o começo do ano.
As oito empresas podem ser multadas em até R$ 13 milhões, se forem condenadas em processo administrativo.
Em nota, a empresa Danone informa que não foi notificada oficialmente, até o fechamento desta reportagem, e que “tem altos padrões de ética e transparência em toda as suas práticas”. Ainda não tivemos retorno das fabricantes Lactalis, Piracanjuba, Laticínios Porto Alegre e Nestlé.
Também, até o final dessa reportagem não conseguimos contato com as empresas Italac, Quatá e Vigor.
*Agencia Brasil