Casos de crimes de ódio na internet atingem maior número desde 2017
Números coletados pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, indicam que os crimes de ódio na internet alcançaram em 2022 o maior registro desde 2017.
O observatório coletou dados da organização SaferNet, que computou mais de 74 mil casos desse tipo de crime em 2022. O ObservaDH foi criado em dezembro do ano passado para reunir estatísticas sobre direitos humanos disponíveis no país, com foco nas informações e indicadores estratégicos sobre os grupos sociais e os temas que são foco do Ministério dos Direitos Humanos.
De 2017 a 2022, a plataforma revela que houve mais de 293 mil denúncias de crimes de ódio motivados por preconceito ou intolerância contra grupos ou indivíduos por sua identidade ou orientação sexual, gênero, etnia, nacionalidade ou religião.
Esses crimes podem assumir diversas formas na internet, como ofensas, ameaças, injúrias, difamações, incitações à violência, apologias ao crime e divulgação de imagens ou vídeos humilhantes.
O tipo de crime de ódio mais denunciado na Central da SaferNet foi o de apologia a crimes contra a vida, seguido de misoginia. Também foram feitas denúncias de racismo, neonazismo, LGBTfobia, xenofobia e intolerância religiosa.
Os dados levantados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania corroboram o debate sobre o projeto de Lei 2630, que tramita na Câmara dos Deputados e propõe a regulação das plataformas digitais.