Mais da metade dos brasileiros experimentaram álcool antes dos 18 anos

Apesar da venda e do fornecimento de álcool para menores de 18 anos serem proibidos por lei, mais da metade da população brasileira experimentou bebidas alcoólicas pela primeira vez antes dessa idade. E um quarto passou a beber regularmente.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) no Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo.

O consumo entre adolescentes de 14 a 17 anos, porém, tem diminuído de forma contínua desde 2006. Mesmo assim, cerca de 19% dos jovens beberam no último ano.

No recorte por sexo, as meninas consomem mais do que os meninos.

Entre os adolescentes que já bebem, mais de um terço, cerca de 860 mil jovens, pratica, eventualmente, o consumo pesado, com seis ou mais doses de uma só vez.

Além disso, 5,7% dos adolescentes já preenchem critérios para o Transtorno por Uso de Álcool, ou alcoolismo. São 657 mil jovens de 14 a 17 anos.

Segundo a pesquisa, 3 em cada 4 adolescentes que consomem álcool nunca enfrentaram restrição de compra por causa da idade, apesar da proibição legal.

Os bares foram citados como o principal ponto de acesso por menores, seguidos de ambulantes, aplicativos de entrega e intermediação de adultos.

Esse cenário mostra que, apesar da proibição, o álcool circula amplamente entre menores de idade, com consequências diretas para a saúde e para o desenvolvimento.

Entre os adultos, quase dois terços já consumiram álcool na vida. E no último ano mais de 55% dos homens beberam contra quase 34% das mulheres.

O alcoolismo atinge quase 12% dos adultos, cerca de 21 milhões de pessoas.

A pesquisa identificou uma vontade de mudança por parte de quem sofre com o consumo do álcool: quatro em cada dez já pensaram em diminuir ou parar de beber. Mas, a busca por ajuda é limitada: menos de 5% dos alcoolistas procuraram tratamento ao longo da vida.

Os pesquisadores alertam que a falta de fiscalização e o baixo preço das bebidas criam o ambiente ideal para o consumo excessivo.

E defendem mais fiscalização e medidas como reduzir a disponibilidade das bebidas alcoólicas, aumentar os preços e restringir a propaganda de álcool, especialmente entre adolescentes.

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