Inflação leva brasileiro a comer menos e pior, diz pesquisa
A inflação está fazendo o brasileiro comer menos e pior. A conclusão é do Painel de Uso de Alimentos e Bebidas, divulgado pela empresa Kantar.
A cada três meses, a pesquisa analisa os hábitos de 18 milhões de famílias em sete regiões metropolitanas no Sul, Sudeste e Nordeste do país.
O levantamento mostra que os itens básicos do carrinho de compras ficaram quase 40% mais caros de abril a junho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Para tentar driblar a inflação, as famílias reduziram em 3% a quantidade de alimentos comprados.
O diretor de Contas da Kantar Worldpanel, Bruno Machado, avalia que isso é comum em momentos de crise, mas, dessa vez, a situação parece ser um pouco mais difícil.
O frango está desaparecendo das mesas brasileiras. A pesquisa da Kantar mostra que a ave está dando lugar a produtos como salsicha, linguiça e hambúrguer no almoço e no jantar.
A Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, acredita que em breve o preço do frango deve voltar a ficar estável.
As mudanças também afetam outros produtos presentes nas mesas brasileiras. Mais de 1 milhão de famílias pararam de comprar leite condensado nos últimos meses e passaram a consumir misturas lácteas, que são mais baratas. E, em quase 3 milhões de casas, o macarrão convencional deu lugar ao instantâneo, que custa menos.
A nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Nutrição Mônica Rocha apresenta algumas sugestões para a substituição de alimentos de maneira mais saudável.
A Associação Brasileira de Nutrição faz a campanha Segue o Guia, em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde, para orientar a população a escolher alimentos mais saudáveis, que nem sempre são os mais caros.